20 janeiro 2014

EUA: recuperação económica de quem?

O NYtimes publicou uma interessante compilação de gráficos que resumem o ano de 2013. O primeiro explica quem ganhou e perdeu com a crise desde 2007 e os resultados, se bem que não sejam surpreendentes, são muito claros sobre o que é a "recuperação económica" na América do Norte.


Desde 2007, e apesar de inicialmente terem sofrido perdas, os lucros das empresas e o valor das ações em bolsa cresceram mais de 40%. Por outro lado, o nível de emprego reduziu ligeiramente nestes 6 anos e os rendimentos só cresceram cerca de 4%. Os ganhos das empresas americanas atingiram o valor recorde de 2.1 milhões de biliões de dólares (trillion). Wallstreet ganha à Mainstreet em todos os campeonatos.


Para além disso, como demonstram os gráficos seguintes, só em 2019 a economia dos EUA conseguirá voltar aos níveis de emprego pré-recessão. Os novos empregos pagam salários mais baixos do que os que foram destruídos pela crise e os rendimentos do trabalho ficam cada vez mais longe de acompanhar o aumento da produtividade.






Os gráficos explicam claramente que os extraordinários resultados obtidos pelas empresas se devem em parte à compressão dos salários e dos níveis de emprego. Nesta história não são os ricos que estão a pagar a crise, aliás, estão a lucrar muito com ela.

Esta história tem muitas semelhanças com o que se está a passar na Europa e em Portugal, com a agravante de estarmos a sofrer com políticas de austeridade que magnificam os efeitos da crise no emprego e nos salários.

Ler mais sobre:
"America in 2013, as Told in Charts" By STEVEN RATTNER The New York Times: The Opinion Pages.
"WHOSE ECONOMIC RECOVERY IS IT?" by Martin Hart-Landsberg, PhD, Sociological Images.
A destruição do emprego e a redução dos salários no Boletim Económico de Outono do Banco de Portugal.
Níveis de desemprego reais no post da Mariana Mortágua no Inflexão e do João Ramos de Almeida no seu blog.

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