03 fevereiro 2014
A história da crise em taxas de juro
Um amigo chamou a minha atenção para esta história da crise em taxas de juro (gráfico da Reuters). O que nos conta é evidente:
1) Houve um período de confiança e de convergência destas taxas de juro (títulos de dívida pública a 10 anos) após a criação do euro.
2) Com a crise do subprime, a falência do Lehman Brothers e a recessão de 2008, essa convergência deu lugar à divergência e as economias mais frágeis da zona euro ficaram sob intenso ataque.
3) Os resgates financeiros não atenuaram o ataque, antes o acentuaram: as taxas de juro continuaram a subir. Só em meados de 2012, depois de o BCE ameaçar fazer o que devia ter feito desde o primeiro dia, houve uma redução das taxas.
4) Mesmo assim, ficou um regime de divergência e de penalização das economias mais atacadas. É com isso que temos que viver agora.
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é porque tens os amigos certos
ResponderEliminarconhecem a prática sobre a teoria - não falham perante o v da verdade
com isto quem fica a fazer figas agora sou eu... e não é para que a taxas desçam..
http://www.youtube.com/watch?v=P_i1xk07o4g
publique-se
hoje tive a ler uma recensão ao Piketty - ajusta-se
ResponderEliminarpercebi que já tinha visto tb uma recensão do Chesnais ao mesmo há uns meses no Le Monde me parece
hhttp://france.attac.org/spip.php?page=revue-cs&id_article=1312&id_newsletter=1
retenha-se
pra mais é bem triste esta história das taxas de juro. a instituição da europa bem que se devia envergonhar . que dizer: não souberam manter a performance dos primeiros anos. tudo culpa da ferocidade da finança articulada e da langue-de-bois encartada
ResponderEliminareu já fiz a minha parte - soma que a Yellen hoje tomou posse , vi nas notícias que é casada com o Akerlof » uma mar de diferença entre nós, um mar de diferenças
por isso também só tenho que gostar quando a cidade alarga - não há nada como urbanizar.. as relações E/Ou porventura recuperar os centros históricos
faça-se
e como se isto não bastasse , os juros pesam cada vez mais no rendimento empresarial - em toda a gama de empresas , nas micro/pequenas/médias empresas com particular incidência
ResponderEliminarenquanto a Isabel Moreira se sensibiliza em flagrar os cachorrinhos (coisa q aprecio), é esta a super-dependência do capital bancário, que não prenuncia recuperação mas nos imputa à saciedade o desespero da empresa alheia
urja-se
A Alemanha realmente foi só pandegar com a queda da lehman brothers
ResponderEliminarA.L.
Um amigo comum chamou-me a atenção para a sua análise, e penso que apesar de focar os "milestones" correctos, está muito incompleta.
ResponderEliminarNo 1) faltaria acrescentar:
Durante esse período de convergência,alguns Países andaram a mascarar as contas públicas descaradamente (Grécia), e outros com um pouco mais de engenho (PT) - com PPPs, empresas privadas de capital público, swaps, empresas municipais, ajudas de Estado escondidas pelos "bancos amigos", etc.. Durante esses anos, o limite de 3% do PIB em défice raramente foi cumprido mesmo sem contar com os "esquemas"... (e 3% do PIB são 6 a 8% de despesa a mais que receita)... A dívida publicada (a que acrescia a escondida) galopava.
No 2) faltaria relevar:
A falência do Lehman e o colapso dos sub-primes, levaram à constatação de que os ratings de crédito eram demasiado "bondosos" e crédulos nas boas intenções de quem lhes vendia os "títulos". Apanhados os aldrabões de Wall Street, Madoffs e quejandos, os próximos da lista eram os governos dos embustes de contas públicas que apareceram no radar de quem se perguntava: será que não há mais lixo tóxico a ter rating de AAA e que não vale um chavo?
Não tardou a aparecer nesse radar a Grécia e logo de seguida PT.
Daí até a nossa dívida ser considerada lixo foi um instante (menos de 12 meses).
O termo "ataque às economias" foi aparentemente um esforço conjunto das agências de rating e dos sectores iluminados desses Países que logo clamaram ser a "Dívida impagável"...
Para quem comprava a dívida, não foi tanto um "ataque" mas antes o "acordar" para a realidade: o completo desequilíbrio destas Economias.
Em relação ao 3) parece que seria relevante juntar:
Os resgates financeiros tornaram evidente o risco, e o consequente prémio nas taxas, a que se aliou a ajuda interna dos que defendiam os "haircuts" mais ou menos curtos.
A partir do momento em que em 2012 o BCE deixou claro que não passava cheques à Grécia só para os proteger da saída do Euro (o que levou ao haircut grego e ao 2º programa / resgate na Grécia), e ao mesmo tempo deu sinais de que ia mesmo proteger o Euro sem ligar as impressoras, as taxas estabilizaram e voltaram a cair. A diferença nas taxas, entre Grécia, PT, IE, ES e IT mostra bem a forma como os mercados mediam a probabilidade de não haver mais haircuts em cada um desses Países. (Se fosse só o efeito do BCE, as taxas desceriam e seriam todas iguais, pois BCE só há um).
Já ao ponto 4) falta notar que: embora se possa considerar que quem empresta é um atacante por pedir uma taxa elevada, normalmente, no mundo real, quem pede emprestado prefere uma taxa baixa, pelo que se o ponto de equilíbrio é alto, tudo indica que o atacado não consegue um atacante que lhe empreste a valor mais baixo e é interessante notar a correlação entre a percepção de risco de bancarrota das Economias e a taxa de juro...
Cavaco Silva também diz que os Miró são uma questão de luta partidária e que ele em si mesmo é um grande apreciador do artista e da obra.
EliminarPacheco Pereira é mais realista e diz que este país é irrespirável. Olha - a eminência parda da fdul tá no jornal das 9.
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