06 fevereiro 2014

Quem decide o que lemos?


A morte de André Schiffrin, em dezembro passado, passou em branco na imprensa portuguesa. Durante trinta anos, Schiffrin foi o editor chefe da Pantheon Books, responsável pela publicação de autores como Foucault, Chomsky, Edward Said, entre tantos outros. Refugiado de guerra - o seu pai, Jacques Schiffrin, foi editor da Pléiade até aos saneamentos anti-semitas impostos pelo regime de Vichy - impulsionou, em 1968, o "Writers and Editors War Tax Protest", que defendia o não pagamento de impostos contra a guerra do Vietname.

Em 1992, Schiffrin protagonizou uma saída estrondosa da Pantheon Books, recusando a nova política imposta pelos gestores da editora, que exigiam que cada livro publicado obtivesse lucro. Logo após, Schiffrin criou a New Press, editora sem fins lucrativos que existe até hoje. Ao longo das últimas décadas, Schiffrin escreveu e lecionou sobre o tema da publicação e divulgação literária, "O Negócio dos Livros: como os grandes grupos económicos decidem o que lemos" é um exemplo maior dessa produção que mereceu uma resenha cuidada do Pedro Marques.

 Pouco antes da morte, Schiffrin não estava alheio aos novos perigos deste negócio dos livros, como se pode comprovar pela entrevista abaixo, criticando a política de aniquilação seguida pela Amazon, que quer "eliminar o editor e o livreiro do processo de publicação, divulgação e venda". 


1 comentário:

  1. Quem decide o que lemos? LOL:

    é a porcaria da democracia, uma ferramenta ultrapassada corrompida e ineficaz perante a ciência. angelo carvalho.

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