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Da dignidade das trabalhadoras domésticas
Durante a viagem troca impressões com uma colega de labuta, de como hoje deixou o jantar da patroa pronto a aquecer e ainda conseguiu passar na loja para comprar o vestido da sua filha. Com a saída da colega, Isidra continua com uma vontade transbordante de conversar, dessa generosidade fiquei a saber tudo isto e que a viagem dela ainda continuaria, pois o marido aguardava na estação final para a levar até Castelões, onde mora a "um ror de anos". Quando lhe pergunto pelas condições no trabalho, Isidra, com as mãos inquietas, assente que é o que há. Que já trabalhou em casas piores, que esta patroa nunca lhe faltou. Na timidez de lhe perguntar quanto ganha, questionei sobre contrato de trabalho, para logo ver a mão de Isidra mandar-me passear, alargando um sorriso como resposta. Não insisti. As explicações de como a filha está a estudar no Porto foram interrompidas pela minha saída.
A Isidra é uma das quarenta mil trabalhadoras domésticas que o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria,Vigilância,Limpezas,Domésticas e Actividades Diversas (STAD) estima haver em Portugal. A grande maioria trabalha na informalidade, sem contrato de trabalho e recebendo os parcos salários em espécie. A geografia social destes laços estende-se pelas nossas cidades, na invisibilidade destas conversas e na permanência deste atraso, que é pagar pouco a quem muito faz.
A Isidra é uma das quarenta mil trabalhadoras domésticas que o Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria,Vigilância,Limpezas,Domésticas e Actividades Diversas (STAD) estima haver em Portugal. A grande maioria trabalha na informalidade, sem contrato de trabalho e recebendo os parcos salários em espécie. A geografia social destes laços estende-se pelas nossas cidades, na invisibilidade destas conversas e na permanência deste atraso, que é pagar pouco a quem muito faz.