01 agosto 2014

O óbvio

Vítor Gaspar foi ministro e tinha como função negociar a primeira fase do programa de ajustamento com o FMI. Saiu do governo e foi dirigir o departamento de assuntos orçamentais do FMI. Carlos Moedas foi Secretário de Estado e participou em todas as negociações, entre outras instituições, com a Comissão Europeia (já o tinha feito antes, em 2011, enquanto representante do PSD). Confirma-se agora que sai do governo para integrar a Comissão Europeia.

Esta é a marca do tempo: a direita portuguesa desistiu de fingir que existe um processo negocial com as instituições europeias. Porque, se houvesse negociação, seria impossível passar diretamente de uma instituição que defende os interesses do país para uma instituição que defende os interesses dos credores. Tempos estranhos, estes, em que se tornou necessário dizer o óbvio.

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