Alerta geral. A senha está dada: os resultados alcançados pelo PODEMOS nas últimas sondagens realizadas no Estado Espanhol (27% contra os 20% do PSOE e 25% do PP) devem ser explicados, escalpelizados, menorizados. Convocados os comentadores, os métodos estão à disposição, da reprodução de ideias feitas à transposição futurista com tons de portugalidade e horror. À direita e ao centro esta proliferação de comentários sobre o PODEMOS pariu três argumentos e três propostas de salvação do regime. Vamos a eles.
1. Estes tipos são todos iguais.
O primeiro argumento é o mais antigo e o mais reproduzido. José Diogo Madeira, ex-diretor do Jornal de Negócios, resume-o na perfeição, "Em Espanha, o Podemos; na França, a Frente Nacional; na Itália, o Cinco Estrelas; na Grécia, o Syriza. Em todos os países do Sul da Europa, surgiu um movimento político que agregou os (cada vez mais) descontentes com o «sistema»". O soundbite é simples e monocórdico, diz-nos que um espectro ronda a Europa, o espectro do populismo. A implosão do centro político tem como resultado o surgimento de partidos, iguais em quase tudo, que abraçam o descontentamento das massas desorientadas e sofridas.
Para funcionar, este argumento tem primeiro de aniquilar a história. De nada interessa que o PODEMOS tenha uma base social assente no processo das mobilizações anti-austeridade fortalecido por lutas sociais como a dos Afetados por la Hipoteca e que o Cinco Estrelas seja o resultado mediático de um populismo eleitoral desligado de qualquer mobilização social consequente. Há que irmanar o que é diferente. O mesmo é feito com o programa político: interessa pouco que o PODEMOS defenda o reconhecimento integral dos direitos dos imigrantes e o fim dos programas persecutórios como o FRONTEX enquanto o presidente honorário da Frente Nacional lembra os benefícios do Ébola no extermínio dos povos africanos. Estes tipos são mesmo todos iguais.
Para funcionar, este argumento tem primeiro de aniquilar a história. De nada interessa que o PODEMOS tenha uma base social assente no processo das mobilizações anti-austeridade fortalecido por lutas sociais como a dos Afetados por la Hipoteca e que o Cinco Estrelas seja o resultado mediático de um populismo eleitoral desligado de qualquer mobilização social consequente. Há que irmanar o que é diferente. O mesmo é feito com o programa político: interessa pouco que o PODEMOS defenda o reconhecimento integral dos direitos dos imigrantes e o fim dos programas persecutórios como o FRONTEX enquanto o presidente honorário da Frente Nacional lembra os benefícios do Ébola no extermínio dos povos africanos. Estes tipos são mesmo todos iguais.