Ainda se lembram do milagre económico anunciado por Paulo Portas? Pois é. Um ano depois, morreram os heróis da epopeia em que se transformou a recuperação económica portuguesa. Toda a propaganda das exportações (que, por sinal, abrandaram), da nova economia submarina, da prontidão lusitana em enxugar a economia para o crescimento sustentável, não resiste às previsões dos próprios parceiros da austeridade. O novo relatório do FMI fala-nos do país que perdemos e do que ainda vamos enfrentar: em 2019, a economia portuguesa ainda não terá recuperado os níveis de 2008 e o desemprego irá afetar 19% da população. Uma década de austeridade, uma década perdida.
A incorporação nas projecções do desemprego dos desencorajados e dos trabalhadores em part-time involuntário, para além de dar razão a quem tem criticado os números oficiais, diz-nos como a austeridade é um regime baseado na existência de um enorme desemprego estrutural. A economia portuguesa teria de crescer a uma média de 5,5% entre 2014 e 2019 para o desemprego atingir os níveis de 2008, ainda acima do aceitável para uma economia capaz segundo a maioria dos economistas. E ninguém acredita que numa Europa em que Merkel governará por mais três anos esse crescimento seja possível.
A incorporação nas projecções do desemprego dos desencorajados e dos trabalhadores em part-time involuntário, para além de dar razão a quem tem criticado os números oficiais, diz-nos como a austeridade é um regime baseado na existência de um enorme desemprego estrutural. A economia portuguesa teria de crescer a uma média de 5,5% entre 2014 e 2019 para o desemprego atingir os níveis de 2008, ainda acima do aceitável para uma economia capaz segundo a maioria dos economistas. E ninguém acredita que numa Europa em que Merkel governará por mais três anos esse crescimento seja possível.