11 abril 2014

[PUB] Esse País também é nosso, emigramos mas não desistimos


Esta importante iniciativa pode ser consultada aqui.

«Em Portugal, as pessoas passam tempos difíceis. Todos conhecemos situações de vidas destruídas pela crise e pelos cortes dos últimos anos. Ao contrário das promessas, o país ficou pior depois da troika, com mais desemprego e dificuldades para quem precisa de trabalho para viver. A União Europeia tornou-se uma fábrica de austeridade, que só produz mais pobres, desempregados e desunião entre os países. Esse caminho do empobrecimento, seguido de forma fiel pelo governo português, não apresenta qualquer esperança para quem permanece em Portugal.

Longe do país, queremos continuar a fazer parte da solução para os seus problemas. 

10 abril 2014

Alterações climáticas - 2ª encruzilhada

Na semana passada foi divulgado o 5º relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas ), depois de uma reunião de cinco dias em Yokohama, no Japão. O relatório foi escrito por 309 autores de 70 países, com contributos dos 1800 cientistas do IPCC que recolhem dados sobre fenómenos climáticos que ocorrem em todo o planeta.

O resultado é contundente: as alterações climáticas são irreversíveis e o seu efeito futuro será catastrófico. O IPCC alertou para que a manutenção do padrão de emissões de gases com efeito de estufa e as consequências desse statu quo coloca já em causa toda a estabilidade social dos sistemas humanos. Guerras civis e violência nas comunidades são alguns dos alertas claramente descritos nos documentos. A maior vulnerabilidade dos mais pobres às alterações ambientais faz-se sentir de forma clara e o agravamento das alterações climáticas torna os pobres mais pobres, enquanto cria mais fenómenos de pobreza generalizada em certas regiões do globo.

Sociólogos debatem quatro décadas de democracia

Realizar-se-á de 14 a 16 de Abril, na Universidade de Évora, o VIII Congresso Português de Sociologia sob o tema: 40 anos de democracia(s): progressos, contradições e prospetivas (programa).

Organizado pela Associação Portuguesa de Sociologia (a segunda maior associação do género, logo a seguir à americana, com mais de dois mil associados), o evento conta já com mais de mil inscritos e oitocentas comunicações que debaterão os resultados das mais recentes pesquisas sobre a sociedade portuguesa.

"Desigualdades no sistema educativo", Ana Matias Diogo e Fernando Diogo (orgs.)



O sistema educativo é provavelmente um dos assuntos mais discutidos quando se abordam as evoluções que a sociedade portuguesa viveu nestes quarenta anos de democracia. E não é para menos. Perante um atraso educativo que era parte do projeto de regime e perante indicadores educativos miseráveis, a sociedade portuguesa em quarenta anos de democracia conseguiu construir um sistema educativo a uma velocidade imensa. Haverá poucos exemplos de como em quarenta anos se inverteram de forma tão decisiva os indicadores educativos e de como, em tão pouco tempo, se ergueu uma escola pública com ambições emancipatórias e democratizadoras. Mas se esse avanço foi imenso, a escola pública e a universidade em Portugal continuaram sempre a ser um palco de desigualdades educativas e de desigualdades sociais, económicas e cultuais mais amplas. É disso que este livro trata: das desigualdades que ainda se fazem sentir no nosso sistema educativo.
Persistem índices de insucesso e de abandono escolar bastante elevados, especialmente em grupos, classes e regiões mais vulneráveis às desigualdades sociais. E isso traduz-se necessariamente em trajetórias educativas (e mais tarde sociais e profissionais) altamente desiguais. Este livro trata desse assunto com bastante rigor. David Justino discute a relação entre as origens, as expetativas, as oportunidades e o desempenho dos jovens na escola. Pedro Abrantes traça os percursos da escolarização tardia da sociedade portuguesa, ao passo que João Teixeira Lopes, inflector desta casa, identifica as tendências e as contratendências nos percursos dos estudantes universitários em Portugal. Pedro Silva e a Ana Matias Diogo discutem, em capítulos diferentes, a relação entre a escolarização, as origens familiares e as desigualdades, ao passo que Suzana Nunes Caldeira e Margarida Damião Serpa abordam o problema da gestão das aulas em escolas com diferentes composições sociais.

Assim, este livro dá uma abordagem e uma atualização empírica às reflexões que se têm desenvolvido sobre as desigualdades na escola. E dá-nos uma arma cognitiva fundamental para percebermos, como referi na minha estreia no Inflexão, que há um projeto ideológico claro em Portugal de mitigar os avanços imensos que se fez no terreno da democratização da escola e de reforçar a herança de uma escola contaminada pelas desigualdades que persistem na sociedade portuguesa.
É por isso um livro importante. Para sabermos das escolas que temos. Para sabermos como lutar por elas. 

06 abril 2014

Norte-americanos prontos a declarar tréguas na “guerra às drogas”


Uma sondagem do Pew Research Center publicada a 2 de abril confirma que na última década os norte-americanos aceleraram a mudança da sua perspetiva sobre a política de drogas (ver timeline desde 1969). Se em 2001, 47% da população concordava com as leis que acabavam com as prisões por posse de drogas e 45% estavam contra, a sondagem deste ano aponta para 63% de aprovação contra apenas 32% de reprovação.
Um dos dados mais surpreendentes revelados na sondagem é a convicção de três quartos dos inquiridos (tanto apoiantes como adversários da legalização) de que a legalização da canábis irá acontecer mais cedo ou mais tarde. Ela revela também que as declarações de Obama à New Yorker são partilhadas pela grande maioria: 69% acreditam que o álcool é mais perigoso para a saúde do que a canábis legalizada.