A Rede 8 de Março festeja o CORPO e "aliando a arte à reflexão feminista queremos afirmar o corpo que é morada de uma identidade mas não uma prisão, que é expressão de movimento e não de opressão, que é lugar de prazer e não de violência, que é experiência de liberdade e não de negação, que é euforia, riso, sangue e lágrimas e não uma ilusão, que é soberano e não submisso, que evolui no tempo, que é aquilo que eu quero e não imposição. Aqui ao lado, no Estado Espanhol, é este corpo que está em causa quando há uma lei que vem para negar o direito ao aborto. Contra a Lei Gallardón reafirmamos solidariamente: as mulheres são proprietárias de si mesmas, o seu corpo não pertence ao Estado nem a qualquer moral. Porque as lutas do passado são também as lutas do presente e ainda há tanto por transgredir: nesta festa, o corpo é insubmissão".
08 março 2014
Acordo de comércio livre UE-EUA
Está em negociação secreta um acordo bilateral entre a UE e os EUA para liberalizar o comércio entre as duas regiões - o TTIP. Para que a UE negoceie, o governo português teve de dar o seu aval. O objetivo deste acordo é flexibilizar regras e favorecer o comércio transatlântico para "atingir elevados níveis de liberalização e proteção ao investimento", diz o site da Comissão Europeia. E claro gerar crescimento e emprego, não andassem estas palavras em voga.
Nele inclui-se a "harmonização" de regras quanto a alimentos, saúde, energia, serviços financeiros, bem como a agilização do sistema de compras públicas. Ou seja, terá capacidade de influir diretamente na despesa pública. E prevê mecanismos como o Investor-State Disputment Settlement que mais não faz do que dar às grandes empresas o direito a processar governos por tomar decisões que afetem os seus interesses. Segundo as experiências de outros países, a arbitragem permitida por este mecanismo é feita a-doc fora dos tribunais, em segredo e sem direito a apelo. Com isto podem receber avultadas indemnizações, ou mesmo sobrepor-se às decisões dos parlamentos nacionais ou tribunais.
06 março 2014
Sonho precário e comida lixo? Não, obrigada!
No passado dia 26 de Fevereiro, a Universidade Politécnica de Valência (UPV), Espanha, abriu as suas portas à McDonalds para que esta organizasse um evento destinado a "proporcionar aos jovens universitários uma jornada de reflexão gratuita que os oriente no seu salto ao mercado de trabalho", lia-se na web da Universidade. O Ministério do Emprego e Solidariedade Social deu o seu apoio à iniciativa, incluindo-a na sua Estratégia de Empreendedorismo e Emprego Jovem.
Contra a mercantilização do conhecimento: por uma educação e ciência públicas e cidadãs
Sugiro-vos um texto, hoje dado à estampa (Público) e onde se debate o rumo hegemónico das políticas de educação e ciência, propondo alternativas e um modo de pensar de outra maneira, para retomar a expressão do sociólogo francês Luc Boltanski.
O texto surge de um coletivo (Manifesto para um Mundo Melhor) do qual faz parte a Maria José Casa Nova, o Pedro Abrantes, o Carlos Estevão, a Sofia Marques da Silva e eu próprio.
O texto surge de um coletivo (Manifesto para um Mundo Melhor) do qual faz parte a Maria José Casa Nova, o Pedro Abrantes, o Carlos Estevão, a Sofia Marques da Silva e eu próprio.
05 março 2014
Afinal o mercado financeiro faz mal às economias e faz mal há muito tempo
Não podia vir de ninguém mais selecto: um grande banco suíço, o Crédit Suisse, publicou um relatório que demonstra que, entre 1900 e 2013, os países que tiveram maior crescimento de PIB per capita tiveram menor rendimento das acções na Bolsa. E o contrário: os que tiveram maior rendimentos bolsista tiveram menor crescimento.
Nem sempre foi assim e não foi assim com todos, como se vê no gráfico acima. Mas a conclusão geral é robusta: há uma correlação negativa entre as duas variáveis.
04 março 2014
[PUB] O Marxismo é um socialismo bem disposto para os dias de hoje?
[Porto]
Estas perguntas lançadas por Bensaïd encerram a busca pela atualidade do marxismo nos dias que correm. Precisar as urgências deste pensamento e buscar os elementos críticos capazes de construir um socialismo bem disposto para os dias de hoje é o desafio que a CULTRA lança aos oradores.
Dia 6 de Março, pelas 21:30, no Contagiarte (vê no mapa aqui)
HUGO MONTEIRO:: é doutorado em Filosofia e docente do Instituto Politécnico do Porto. Pós-doutorando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em torno dos pensamentos de Jacques Derrida e de Jean-Luc Nancy.
FRANCISCO LOUÇÃ:: professor catedrático de economia, dirigente do Bloco de Esquerda.
Estágio: oportunidade ou precariedade permanente?
A etimologia da palavra “estagiário” remete-nos para o latim “stagnantis”, qualidade daquele que está estagnado. Longe da descrição eufórica e triunfalista do Governo, este significante descreve de forma fiel a realidade de milhares de estagiários que permanecem estagnados numa terra de ninguém, sem contrato, sem emprego e, muitas das vezes, sem salário.
Como usar o que nos escreve Thomas Piketty em "O Capital no Século XXI"
(texto de Eric Toussaint, 28 de Fevereiro de 2014)
O livro "O Capital no Século XXI" |1| é indispensável a todos e todas quantos queiram saber mais sobre a repartição desigual da riqueza na nossa sociedade. Lidas as 950 páginas do livro (às quais acresce grande quantidade de dados estatísticos e quadros acessíveis na Internet |2| ), vem-nos à mente uma primeira conclusão: o movimento Occupy Wall Street tem toda a razão ao apontar os 1 % mais ricos.
De facto, em França, em 2013, os 1 % mais ricos possuem 25 % do património total do país |3|. No Reino Unido possuem 30 %; na Suécia, 20 %; nos EUA, 32 % |4|. Se incluirmos a parte da riqueza dissimulada nos paraísos fiscais, ou sob outras formas, a percentagem aumenta pelo menos mais dois ou três pontos. Dito de maneira mais simples: 1 % da população é grosso modo a classe capitalista e concentra uma parte impressionante do património |5|.
O livro "O Capital no Século XXI" |1| é indispensável a todos e todas quantos queiram saber mais sobre a repartição desigual da riqueza na nossa sociedade. Lidas as 950 páginas do livro (às quais acresce grande quantidade de dados estatísticos e quadros acessíveis na Internet |2| ), vem-nos à mente uma primeira conclusão: o movimento Occupy Wall Street tem toda a razão ao apontar os 1 % mais ricos.
De facto, em França, em 2013, os 1 % mais ricos possuem 25 % do património total do país |3|. No Reino Unido possuem 30 %; na Suécia, 20 %; nos EUA, 32 % |4|. Se incluirmos a parte da riqueza dissimulada nos paraísos fiscais, ou sob outras formas, a percentagem aumenta pelo menos mais dois ou três pontos. Dito de maneira mais simples: 1 % da população é grosso modo a classe capitalista e concentra uma parte impressionante do património |5|.
02 março 2014
Sementes de guerra
Em Março terá lugar uma decisão importante no Parlamento Europeu: permitir que os e as agricultoras possam utilizar, vender e trocar sementes ou, pelo contrário, privatizar as sementes e favorecer o negócio de grandes empresas. Uma escolha que afetará a vida de milhares de pequenos e pequenas produtoras, assim como a diversidade dos ecossistemas agrários e dos alimentos a que temos acesso. Em suma, uma escolha que determinará muito do futuro da alimentação e da produção de alimentos.
A venda e troca de sementes tornou-se num dos negócios mais apetecíveis a nível mundial. Estima uma consultora que o mercado de sementes comerciais - convencionais e transgénicas - crescerá dos 35 mil milhões de dólares atuais para os 53,3 mil milhões dólares em 2018. Diz-nos o Grupo ETC que apenas 3 empresas controlam 53% do mercado mundial de sementes, enquanto 10 têm nas suas mãos mais de 3/4 deste mercado (76%). A Monsanto lidera com 27%.
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